A geração distribuída deve chegar a 37,1 GW de capacidade ao final de 2032, projeta a Empresa de Pesquisa Energética em parte dos estudos para o Plano Decenal de Expansão de Energia 2032. Tal expansão demandaria investimentos de R$ 115,4 bilhões. Se o modelo de compensação pela energia injetada na rede fosse mantido como está, com os créditos incidindo sobre todas as componentes tarifárias, essa capacidade poderia atingir os 45,2 GW no mesmo período, com R$ 148,8 bilhões em investimentos.
De uma forma geral, as projeções são mais conservadoras do que aquelas apresentadas em 2021 no PDE 2031. A EPE projetava 37,2 GW no cenário de referência até 2031 e 47 GW no cenário com compensação de créditos sobre toda a tarifa.
O cenário de referência dos estudos considera a cobrança de 100% da tarifa de uso do sistema de distribuição (TUSD) a partir de 2029, como previsto na Lei 14.300.
No cenário projetado, São Paulo passaria à frente de Minas Gerais na liderança entre os estados. Atualmente, projetos paulistas somam 2,118 GW de capacidade e os mineiros, 2,349 GW.
Incertezas
Mas ainda há incertezas relacionadas com a remuneração da energia injetada na rede a partir de 2029, decorrentes do cálculo de benefícios da MMGD para o setor elétrico. A Aneel é responsável por definir como esses benefícios serão calculados, em até 18 meses a partir da publicação da Lei 14.300. Essa definição deve influenciar os investimentos ao longo da década pois afeta o fluxo de caixa dos empreendimentos a partir de 2029.
Além disso, a gradual abertura do mercado livre que se desenha – com propostas para liberação a todos os consumidores da alta tensão a partir de 2024 e todos incluindo os residenciais a partir de 2028, além do Projeto de Lei 414 – pode representar um modelo concorrente para a geração distribuída, já que, atualmente, consumidores livres não podem fazer parte do sistema de compensação de energia.
O estudo completo pode ser acessado aqui. A metodologia e as premissas utilizadas nas projeções estão detalhadas aqui.
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