Tocantins planeja sistema fotovoltaico flutuante para produtores rurais

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O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro) do Estado do Tocantins e o presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Thiago Dourado, planejam a criação de um projeto de energia solar voltado especialmente para os produtores rurais no campo, e para isso se reuniram com a empresa de energia solar LM.

Embora ainda não tenham divulgado mais dados sobre o projeto, estão planejando um sistema fotovoltaico flutuante para beneficiar os produtores rurais.

Para o analista ambiental da LM, Carlos Alberto Júnior, nos últimos anos, a demanda por energia solar tem sido constante porque apresenta vantagens na redução de custos, lucros e benefícios para elevar o nível de produção. “Além disso, a energia solar pode ser útil em diversas atividades como: bombeamento para irrigação em horticultura, irrigação em plantações, ordenha de gado, manutenção de silos, trituração de ração animal e energia elétrica em geral para o meio ambiente da casa ”, explicou.

Dourado afirmou que «vamos buscar incentivos para grandes, médios e pequenos produtores e avaliar os benefícios dessa tecnologia», disse.

21.000 sistemas rurais totalizando 488,5 MW

«O agronegócio já é um dos setores mais importantes da economia brasileira na área de energia solar.» A análise é de Rodrigo Sauaia, diretor-geral da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Segundo o executivo, 13,2% de todos os investimentos em geração de energia solar fotovoltaica de pequeno porte são feitos por produtores rurais. Um investimento acumulado, desde 2012, de 2,3 bilhões de reais (410 milhões de dólares), que gerou mais de 14 mil novos empregos nas regiões onde os sistemas foram instalados.

“Isso também trouxe, do ponto de vista da arrecadação de impostos para o poder público, mais de 600 milhões de reais” (107 milhões de dólares), acrescentou Sauaia.

 

Segundo ele, são cerca de 21 mil sistemas fotovoltaicos em operação que atendem a mais de 30 mil produtores rurais com energia solar limpa, renovável e competitiva. “No total, são 488,5 MW de geração solar distribuídos nas propriedades rurais”, disse.

A fonte fotovoltaica, para gerar eletricidade limpa, renovável e acessível ao produtor rural, foi ampliada para muitas outras funções, além da questão de bombeamento de água e irrigação.

“Por exemplo, na iluminação de regiões do imóvel, da própria residência ou nos processos de produção. Vale lembrar que muitos produtores rurais precisam investir uma quantidade significativa de energia elétrica para seus processos de produção, por exemplo, cuidando da temperatura do leite ou das fazendas ”, disse Rodrigo Sauaia.

Segundo ele, a energia solar também é utilizada no processo de dessalinização, principalmente no semiárido brasileiro, onde a água é um recurso extremamente escasso. “Com a energia solar, esse sol escaldante pode se transformar em um processo de purificação da água salobra, aproveitando-a e trazendo benefícios para a população da região ou para as atividades produtivas no campo”.

Existem também outros usos como cercas elétricas, arejadores, sistemas de vigilância, monitoramento e telecomunicações. “Essas são algumas das aplicações mais comuns da energia solar para produtores rurais”, exemplificou o presidente da Absolar.