Será instalada em uma favela a primeira cooperativa solar

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O Morro da Babilônia, na Zona Sul do Rio, está prestes a receber a primeira usina solar em uma favela do Brasil. Na cobertura da Associação de Moradores serão instalados 58 painéis fotovoltaicos, o que vai gerar uma economia de 30% na conta de luz de 38 famílias da Babilônia e Chapéu Mangueira. O projeto piloto é uma iniciativa da ONG Revolusolar e, se funcionar, poderá ser replicado em outras comunidades.

Eduardo Avila, diretor executivo da Revolusolar, explica porque é mais vantajoso instalar vários painéis em um único local do que sistemas individuais em cada casa: “Temos feito instalações em um modelo individual, em cada casa. Mas isso exigia um reforço da estrutura das casas, que normalmente não suportaria o peso dos painéis. Além disso, muitos possuem sombreamento. Este modelo de geração compartilhada é muito mais viável técnica e economicamente porque é utilizado um grande telhado com boa incidência de luz solar ”.

A ONG Revolusolar lançou uma campanha de crowdfunding para arrecadar fundos e instalar a cooperativa de energia solar. Os materiais para instalação dos painéis serão doados pelas empresas chinesas LONGi e GoodWe.

R$ 100.000 para terça-feira

Ainda não foram contemplados os custos de instalação, formação profissional dos residentes e implementação de medidas de eficiência energética nas casas dos beneficiários. A cooperativa será construída com mão de obra local.

Os interessados podem fazer uma doação de 20 reais (US$ 3,5) por meio do site benfeitoria.com/revolusolar. Todos os doadores recebem uma recompensa baseada no valor doado, que vai desde o reconhecimento no relatório do projeto até kits com óculos, camisetas e bolsas. As empresas doadoras recebem treinamento de sustentabilidade para seus funcionários. A meta foi chegar a R$ 100 mil (17.829 dólares) na terça-feira.

El Revolusolar também mantém um programa de qualificação profissional para moradores das comunidades beneficiárias, para capacitação de eletricistas e instaladores de painéis solares. Segundo Eduardo Avila, já são 31 residentes capacitados.