O Leilão A-4 de 2022 realizado nesta sexta-feira (27/05) pela CCEE, contratou 237 MW médios das fontes solar, eólica, hídrica de pequeno porte (PCHs e CGHs) e biomassa, de usinas que somam 947 MW de capacidade. Só da fonte fotovoltaica, foram 39,8 MW médios, contratados a R$ 178/MWh, em média (US$ 37,5/MWh). Com os contratos, foram viabilizados 166 MW (211,17 MWp) de seis novas usinas localizadas no Pernambuco, que somam garantia física de 51,8 MW médios. Ou seja, a fonte vendeu 38,4%de sua garantia física no leilão. A energia restante deve ser negociada no mercado livre.
No caso das fontes solar e eólica, os contratos fechados têm 15 anos de duração, com início de fornecimento em 2026. As duas fontes foram agrupadas no leilão ofertando o mesmo produto: quantidade, por 15 anos. O preço teto era de R$ 225/MWh.
A fonte que mais vendeu energia no leilão foi a hídrica de pequeno porte (até 30 MW), que negociou 84,1 MW médios por R$ 283/MWh, em média. O preço inicial era R$ 315/MWh. Foram contratadas 18 usinas da fonte no leilão, que somam 189 MW de capacidade e 107 MW médios de garantia física. Ou seja, as PCHs e CGHs negociaram 78, 5% de sua garantia física no leilão.
Em seguida, duas usinas térmicas a biomassa venderam 61,15 MW médios, por R$ 315/MWh (não houve deságio). A usina Suzano RRP1 utiliza lixívia como combustível para geração de energia e tem 384 MW de capacidade, sendo 165 MW injetado na rede e o restante consumido localmente. Negociou no leilão 50 MW médios (38%) dos 130 MW médios de garantia física. Já a usina a bagaço de cana Ipiranga Bioenergia Mococa II, com 25 MW, negociou 11,5 MW médios (72%) de 15,8 MW médios de garantia física.
A fonte eólica negociou 52,1 MW médios, ou 56% da garantia física total (92,8 MW médios), por R$ 179/MWh em média. Foram contratadas quatro usinas da fonte dos ventos, duas na Bahia (Baraúnas IV e XV) e duas na Paraíba (Serra da Borborema I e II), que somam 183 MW de capacidade.
Apenas três distribuidoras contrataram energia no leilão, a Cemig (40%), a Coelba (27%) e a Light (32%).
Fonte | Potência (MW) | Garantia física (MW médios) | Energia contratada (MW médios) | Preço-teto (R$/MWh) | Preço final (R$/MWh) |
Hídrica | 189 | 107 | 84,1 | 315 | 283 |
Biomassa | 409 | 145,8 | 61,15 | 315 | 315 |
Eólica | 183 | 92,8 | 52,1 | 225 | 179 |
Solar | 166 | 51,8 | 39,8 | 225 | 178 |
Contratação solar aquém do potencial
Na avaliação da Absolar, considerando a grande quantidade de projetos solares participantes do leilão – foram cadastrados 51.824 MW e habilitados 13.245 MW – e qiue a fonte atingiu os menores preços no leilão, a qunatidade de energia contratada foi muito baixa. “Além disso, o governo federal comprou mais eletricidade de fontes mais caras, uma decisão onerosa e que será paga pelos consumidores brasileiros. Estamos decepcionados com este resultado”, aponta Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar.
De acordo com a avaliação da entidade, se tivesse contratado o mesmo montante de biomassa ao preço das usinas solares, a economia para os consumidores regulados, atendidos pelas distribuidoras, seria de R$ 1,47 bilhão. E, no caso da comparação entre o preço da fonte fotovoltaica com o montante de energia contratado das Pequenas Centrais Hidrelétrica (PCHs), a economia seria de R$ 1,52 bilhão.
Absolar pede inclusão da fonte fotovoltaica no A-6
Estão programados mais dois leilões para este ano, o A-5 e o A-6, que contratarão energia a partir de, respectivamente, 2027 e 2028. A expectativa é que o último leilão tenha uma demanda maior por parte das distribuidoras, já que o início da entrega de energia será mais demorado e a demanda por energia no mercado regulado poderá se recuperar.
Mas a fonte solar participará apenas do leilão A-5, embora outras fontes renováveis, como eólica, biomassa, resíduos sólidos urbanos (RSU) e hídrica estejam previstas para participar de ambos os leilões. A associação pediu e recomenda ao Ministério de Minas e Energia a publicação de uma nova portaria incluindo a fonte solar no leilão.
Para o vice-presidente do Conselho de Administração da Absolar, Márcio Trannin, é preciso que as autoridades do governo garantam isonomia entre as fontes de energia no certame e incluam as usinas fotovoltaicas, justamente por ser tratar de uma fonte renovável e com preços altamente competitivos, que poderá ajudar a reduzir a conta de luz dos consumidores brasileiros. “Não há justificativa técnica e nem econômica para deixar a solar de fora do A-6. A quem isso interessa?”, questiona Trannin.
Os dois leilões serão realizados no mesmo dia, 16/09. Para o A-5, estão cadastrados 1.345 projetos fotovoltaicos com 55.822 MW de capacidade, representando mais da metade da oferta cadastrada no leilão, que totaliza 2.044
projetos com 83.005 MW.
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