As políticas públicas no Brasil dão cada vez mais destaque à energia fotovoltaica

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Neste semestre, os governos estaduais brasileiros anunciaram projetos que envolvem o uso de energia fotovoltaica em edifícios, com o objetivo de promover a redução do impacto ambiental e a economia de energia. Isso reforça o compromisso do país com a geração fotovoltaica, cada vez mais incluída em políticas públicas em diferentes áreas.

A principal iniciativa é do governo do Piauí, que em 20 de julho concorrerá a um projeto pioneiro que prevê a formação de uma associação público-privada (PPP) para a construção de oito usinas solares, cada uma com 5 MW de capacidade instalada. A iniciativa garantirá a autossuficiência de toda a demanda de energia dos edifícios da administração pública estadual.

Com relação a essa PPP, espera-se que as miniusinas economizem R $ 7 milhões por ano (1,3 milhão de dólares) nos gastos estaduais com eletricidade, que é próximo de cerca de R $ 44 milhões (US $ 8 milhões). A previsão total de investimento para o setor privado é de cerca de R $ 175 milhões (US $ 32 milhões). Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, comenta que “o projeto em andamento no Piauí serviria de referência para outros usos da energia solar nas administrações públicas”.

O artigo afirma que, em maio, o governo do Tocantins assinou um projeto de lei garantindo a instalação de sistemas de energia solar em novos edifícios, reformas ou trabalhos de manutenção de edifícios públicos. O artigo modifica a Lei 3.179 de 2017, que instituiu a Política de Incentivo à Geração e Uso de Energia Solar (Pro-Solar). Atualmente, o Ministério da Educação, Juventude e Esportes do Tocantins (Seduc) está realizando os processos de licitação para a instalação de sistemas fotovoltaicos nas cafeterias de 22 escolas estaduais. A previsão de investimento para a instalação e conexão de cada sistema à rede é de aproximadamente R $ 106 mil por unidade escolar.

Por sua vez, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) anunciou que instalará 34 usinas solares fotovoltaicas nas áreas operacionais disponíveis, onde adicionará cerca de 67 MW de energia instalada, correspondendo a 4,5% de toda a energia consumida pela empresa.

O governo do Ceará espera lançar o anúncio do concurso para sistemas fotovoltaicos em 32 escolas públicas estaduais ainda este mês, segundo a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra). A previsão é de que sejam investidos R $ 9 milhões no projeto (US $ 1,6 milhão), com recursos do Fundo de Incentivo à Eficiência Energética e Geração Distribuída (FIEE), coordenado pela Seinfra.

A energia solar fotovoltaica também está sendo fortemente desenvolvida através de complexos habitacionais populares por meio de políticas públicas. A primeira iniciativa estadual envolvendo energia solar em instalações públicas foi anunciada em fevereiro e envolve a instalação de 650 painéis solares na estação Juscelino Kubitschek e 325 na estação Padre Cícero, ambos na Linha Sul do Metrô de Fortaleza. O investimento será de R $ 1,6 milhão (US $ 293 mil), com recursos do Tesouro Estadual e da Caixa Econômica Federal.

Em relação ao segmento de geração distribuída com energia solar fotovoltaica, que cresceu 5,2% em maio em relação a abril e atingiu 3 GW, o governo atualmente possui 967 sistemas (40,2 MW) em operação, e o serviço público 91 sistemas (3,7 MW). Juntos, eles totalizam 43,9 MW e representam 1,4% da capacidade instalada total da GD solar no Brasil, que é de 2.952 MW. A perspectiva é que a fonte seja cada vez mais adotada em todo o país à medida que a tecnologia avança e os governos veem resultados positivos para a administração pública.

Além dos edifícios públicos, a fotovoltaica também está incluída nas políticas populares de habitação. A Companhia de Habitação e Desenvolvimento Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) já entregou 1.172 residências com sistemas fotovoltaicos este ano. Até o final de 2020, espera-se entregar mais 92 empreendimentos, correspondendo a 7.886 unidades habitacionais.

Do governo federal, a mais recente iniciativa envolvendo a geração de energia solar para regiões isoladas foi lançada pelo MME em 19/06, com a publicação do manual do programa de universalização da eletricidade para a Amazônia Legal, “Mais Luz para Amazônia”. O custo estimado é da ordem de R $ 2,4 bilhões a ser aplicado em um período de cinco a sete anos. Os recursos necessários para o desenvolvimento do programa serão provenientes de agentes do setor elétrico, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e de outras fontes que serão regulamentadas pelo MME, juntamente com outros órgãos governamentais.

Também no nível federal, o processo de implantação dos sistemas fotovoltaicos continua em 57 universidades que receberam R $ 120 milhões do Ministério da Educação (MEC) em dezembro do ano passado. Uma das instituições é a Universidade Federal de Fronteira Sul (UFFS), que recebeu R $ 1,7 milhão pela construção de uma usina solar de 408,2 kWp no campus de Erechim, no Rio Grande do Sul.