Ônibus brasileiros ajudarão a reduzir o custo das baterias de lítio e enxofre

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A fabricante britânica de baterias de lítio-enxofre (Li-S) Oxis Energy revelou como a frota de ônibus públicos do Brasil ajudará a reduzir o custo de seus produtos.

Huw Hampson-Jones, CEO da empresa sediada em Oxford, disse à pv magazine em fevereiro que a empresa planejava aumentar a produção de suas baterias Li-S em novas fábricas que abriria no Brasil e no País de Gales, enquanto mantém sua meta, anunciada em 2015, de estabelecer um teto de preço de US $ 250 por kWh para este ano.

A empresa anunciou na terça-feira que havia negociado um contrato de arrendamento de 15 anos com a Mercedes Benz Brasil para usar uma planta de produção atualmente não utilizada pertencente à montadora alemã em Juiz de Fora, no sudeste de Minas Gerais.

Os planos de fabricação descritos pela Oxis, embora mais ambiciosos do que os discutidos há três meses, parecem ter sido adiados por dois anos. Em fevereiro, a Oxis afirmou que a instalação brasileira estaria operacional no próximo ano e produziria 1,2 milhão de células de baterias Li-S por ano, com a opção de expandir a produção para 5 milhões, dependendo da demanda. A atualização desta terça-feira indicou que o ponto de partida seria de 5 milhões a partir de 2023, com a opção de dobrar o tamanho de 20.000 m² da fábrica e sua capacidade de produção.

E-ônibus

Em um comunicado de imprensa da Oxis, foi declarado que a fábrica produziria as células de mobilidade elétrica e as baterias da empresa para aeronaves, aplicações marítimas e caminhões elétricos, com foco em ônibus elétricos.

«Nosso objetivo é ajudar o governo brasileiro a eliminar progressivamente todos os ônibus ICE (motores de combustão interna) durante um período de 25 anos, equivalente à produção de mais de 4 bilhões de células», disse Hampson Jones no comunicado à imprensa.  «O Brasil possui o terceiro maior mercado de ônibus do mundo, com 700.000 ônibus ICE atualmente em circulação».

A empresa, que alegou estar em negociações com os principais fabricantes brasileiros sobre o uso de seus produtos em aviões, ônibus e caminhões, disse estar buscando projetos de colaboração com universidades brasileiras.

A Oxis disse que negociou o aluguel da fábrica com a ajuda da organização de desenvolvimento de Minas Gerais Codemge, e revelou que a empresa brasileira Nordika Pharmaceutical realizará o projeto e a engenharia no local da fábrica.

Por outro lado, a Oxis Energy não confirmou se os planos para abrir uma fábrica de 500.000 células em Kenfig Hill, perto de Port Talbot, País de Gales, estavam em andamento em 2022.