O aquecimento global afetará o desempenho dos painéis solares

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Um estudo realizado por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) considerou os potenciais efeitos negativos do aquecimento global no desempenho dos painéis solares.

Os pesquisadores calcularam que, para cada grau de aumento da temperatura global, os módulos solares passam a ver seu desempenho reduzido em 0,45%.

Os cálculos foram feitos usando o cenário do aquecimento “Representative concentration pathway” desenvolvido pelo Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que prevê um pico de emissões de CO2 em 2040 e um aumento médio da temperatura global de 1,8 Kelvin em 2100.

Temperaturas mais altas, maiores perdas

Embora o desempenho dos módulos solares caia em todos os lugares, as áreas mais afetadas seriam no sul dos Estados Unidos, na África Austral e na Ásia Central, de acordo com o estudo. «Nós projetamos reduções médias na produção anual de energia de 15 kWh por kWp [de capacidade do sistema solar], com reduções de até 50 kWh por kWp em algumas áreas», escreveram os pesquisadores.

Além disso, os autores do relatório disseram que novos materiais e novas arquiteturas de painéis podem levar à criação de módulos com maior resistência a altas temperaturas. «Por exemplo, materiais com um intervalo de banda maior, como o telureto de cádmio, têm uma queda muito menor na eficiência», disse o documento.

Outro relatório publicado recentemente afirma que apenas um sistema de energia baseado inteiramente na geração de carbono zero poderia ajudar a manter as temperaturas globais abaixo de 1,5 graus Celsius, evitando assim uma catástrofe climática.

Em uma recente entrevista à pv magazine, Christian Breyer – professor de economia solar na Lappeenranta University of Technology na Finlândia – explicou como um modelo 100% renovável não é apenas tecnicamente viável, mas também a opção mais barata e segura para combater as mudanças climáticas.