Na segunda-feira (12), a Comissão Senado do Futuro (CSF) promoveu um debate com a participação de especialistas do setor energético.
O título desse encontro era 2022: O Brasil que Queremos e que tinha como objetivo discutir questões tais como: medidas para o desenvolvimento social, tecnológico e econômico do país, pois o tema das energias renováveis passa por uma mudança de mentalidade o que leva ao planejamento urbano, legislação atualizada e profissionais preparados.
A matriz energética do Brasil corresponde a 80% de fontes renováveis, indica o representante do Ministério de Minas e energias, Lívio Andrade Filho. As hidrelétricas ainda lideram o mercado, seguida da energia eólica com um crescimento de 12% e a energia solar e a biomassa, todavia seguem a uma escala mais lenta. A previsão para 2026 é que as renováveis cheguem a 86,9%; sendo que a eólica subirá 12.5% e a solar chegar a 2%.
No que diz respeito ao planejamento urbano, o tecnologista da Agência Espacial Brasileira, Cristiano Trein, diz que a energia deve fazer parte do plano diretor dentro do estatuto das cidades. Para ele a energia é uma ferramenta que também deve ser incluída como desenvolvimento sustentável das cidades.
Como bem enfatiza, nos próximos 12 anos a população brasileira aumentará para a cifra de 223 milhões dos 208 milhões que correspondem ao número atual. Dessa forma, para acompanhar esse crescimento é fundamental investir em energia renovável como a solar, por exemplo, e as outras diversidades em renováveis que o país dispõe. Não se pode focar apenas na matriz com fonte intermitente (energia solar), porque carece ainda de baterias mais baratas e mais eficientes, além da redução da perda de 17% da energia desde a geração até o consumo.
Com relação a legislação, o professor da (USP), José Roberto Simões requereu mudanças na legislação para que o setor da energia solar comece a trabalhar com um novo conceito de geração distribuída. Conforme ele explica, é necessário gerar energia perto dos centros consumidores; para isso opina que se deve apostar pelos pequenos produtores. Também, elogiou a instalação dos projetos de energia solar desenvolvidos na Bahia e no Piauí.
Já o presidente da Comissão Senado do Futuro, Hélio José (Pros-DF), lembrou algumas propostas feitas por ele mesmo para o setor energético, mas enfatizou a predominância do lobby das termelétricas que impede o avanço das energias renováveis.
Quanto a recursos Humanos, o professor da Universidade (UnB), Rafael Shayani ressalta desafio que pode ser formar a professionais do setor energético, pois devem entrar como pontos a serem discutidos questões como: energia limpa e acessível, combate às alterações climáticas e educação de qualidade.
O mais importante, para ele, não é o custo, mas os benefícios para sociedade, os objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Por este motivo, o perfil do novo professional da energia elétrica deve ser diversificada e moderna acompanhando assim tudo que requer a energia do futuro.
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